Vistos mais fáceis na Itália trazem nova perspectiva para brasileiros em busca de cidadania italiana

cidadania italiana

A Itália abriu um canal especial de vistos de trabalho sem limite de vagas para descendentes de italianos em sete países, incluindo o Brasil, representando uma abertura após meses de restrições ao reconhecimento da cidadania italiana. Com uma população envelhecida e falta de mão de obra, o governo Meloni deu um sinal positivo à sua política migratória, criando oportunidades reais para milhões de brasileiros. Este artigo contextualiza o momento atual da cidadania italiana, explica as novas regras de vistos e mostra como descendentes podem aproveitar essa janela estratégica.

Direto ao ponto

  • Novo canal de vistos sem limite de vagas
  • Lei 74/2025 restringiu a cidadania italiana
  • Sete países entre os beneficiados
  • Naturalização em apenas dois anos
  • Documento impecável é crucial
  • 30 milhões de descendentes no Brasil

De portas fechadas a janelas abertas em menos de um ano

Quem está por dentro do tema cidadania italiana passou por meses de tensão em 2025. Primeiro veio a Lei 74/2025 em maio, restringindo quem pode reivindicar cidadania por descendência. Logo em seguida, o aumento das taxas de reconhecimento, que aumentaram para 600 euros por pessoa. Tornando clara a mensagem de que a política de migração italiana estava se fechando.

No entanto, poucos esperavam que, meses mais tarde, o governo italiano faria um movimento oposto. Afinal, o país enfrenta uma carência de profissionais e um envelhecimento populacional acelerado. Por isso, oficializou um canal especial de vistos de trabalho exclusivo para descendentes de italianos em sete nações com histórico migratório: Brasil, Argentina, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Venezuela e Uruguai.

Em outras palavras, enquanto a cidadania italiana por descendência ficou mais difícil, trabalhar legalmente na Itália sendo descendente ficou mais fácil. Para os estimados 30 milhões de descendentes italianos no Brasil, dos quais cerca de 680 mil têm registro ativo no AIRE (cadastro de italianos no exterior), essa mudança abre um caminho mais rápido e acessível vida na Itália.

O que muda com a nova regra de vistos?

A mudança foi oficializada em 24 de novembro de 2025 e estabelece que descendentes de italianos dos sete países selecionados podem solicitar visto de trabalho fora do sistema tradicional de cotas conhecido como “Decreto Flussi”.

Antes, estrangeiros que queriam trabalhar na Itália disputavam um número limitado de autorizações anuais, o que tornava o processo muito mais limitado e restrito. Para 2025, por exemplo, o teto era de apenas 151 mil permissões para todo tipo de trabalho. Seja ele sazonal, não sazonal e autônomo. Brasileiros tinham menos de 50 vagas garantidas ao longo de quatro anos para trabalho autônomo.

Agora, descendentes brasileiros não entram mais nessa conta. Desde que apresentem contrato de trabalho válido de uma empresa italiana, podem solicitar visto sem competir por essas limitações de vagas. Na prática, isso significa acesso praticamente ilimitado ao mercado de trabalho italiano.

Quem se beneficia dessa mudança?

Uma interpretação aceita é que a medida contemple principalmente bisnetos e gerações mais distantes de italianos, que é o mesmo grupo que mais foi prejudicado pela lei 74/2025 que restringiu a cidadania. Filhos e netos de italianos nascidos na Itália já possuem processos próprios de reconhecimento de cidadania e não necessitam de adesão a esse canal alternativo. Mas para bisnetos e demais gerações posteriores, que perderam o direito ao reconhecimento administrativo da cidadania italiana, esse visto representa uma oportunidade.

Requisitos para obter o visto

Para requisitar o ingresso nesse novo regime, os descendentes precisam atender aos seguintes pontos:

  1. Comprovar linhagem italiana: Mediante documentação completa que inclui: certidões de nascimento, casamento e óbito que tracem a linha de descendência até o ancestral italiano
  2. Apresentar proposta de emprego: exibir proposta de empresa italiana com contrato de trabalho válido.
  3. Cumprimento de requisitos básicos: documentação consular e ausência de impedimentos legais.

Graças a um acordo bilateral entre Brasil e Itália, o tempo de trabalho no país basco pode ser somado às contribuições previdenciárias feitas no território brasileiro para fins de aposentadoria. Mais uma vantagem atribuída, embora que de forma indireta, a esse processo.

O contexto mais amplo: O que aconteceu com a cidadania italiana em 2025

A Lei 74/2025 que mudou tudo

Para entender o tamanho da importância desse novo canal de visto, vale explicar um pouco mais do que aconteceu com a cidadania italiana nos últimos meses… Em maio de 2025, o governo italiano sancionou a Lei 74/2025, que converteu o Decreto-Lei 36/2025. Essa legislação alterou as regras de reconhecimento da cidadania italiana e as deixou muito mais restritivas, afetando milhões de ítalo-brasileiros.

O que mudou:

  • Limitação de gerações: Apenas filhos e netos de cidadãos italianos nascidos na Itália podem reconhecer cidadania de forma direta.
  • Fim da transmissão automática: Bisnetos, trinetos e gerações posteriores perderam o direito ao reconhecimento pela via administrativa.
  • Exigência de vínculo efetivo: A lei passa a exigir “vínculo efetivo e contínuo” com a cultura italiana — conceito vago e de difícil comprovação.
  • Restrição por dupla cidadania: Cidadãos italianos com outra nacionalidade podem ser impedidos de transmitir cidadania aos filhos.
  • Data-limite retroativa: Processos protocolados até 27 de março de 2025 seguem regras antigas; pedidos posteriores enfrentam as novas restrições.

Por que a Itália endureceu as regras?

O governo italiano alegou que as mudanças visavam combater o “turismo da cidadania”, situação em que descendentes fixavam residência temporária em municípios italianos apenas para obter reconhecimento e depois abandonavam o país.

Além disso, outro argumento oficial foi a necessidade de reduzir custos com serviços públicos e desobstruir tribunais italianos, que acumulavam milhares de processos de reconhecimento de cidadania italiana. Para se ter uma ideia, só o Tribunal de Veneza, por exemplo, mobilizou 22 juízes para tentar reduzir em 90% os 19 mil processos acumulados até 2026.

Apesar desses argumentos, a medida gerou críticas intensas. Associações de ítalo-descendentes como ACLI, Comites e o coletivo “La Voce degli Italodiscendenti” coletaram mais de 100 mil assinaturas contra a lei, argumentando que ela representa um “corte violento” com a história e as comunidades italianas no exterior.

O dilema demográfico italiano

Aqui está a principal contradição: ao mesmo tempo, em que fechava portas para reconhecimento de cidadania italiana, a Itália enfrenta crise demográfica severa. A população envelhece rapidamente e o mercado de trabalho sofre com carência crônica de profissionais.

Setores como tecnologia, saúde, engenharia, construção civil e serviços precisam urgentemente de trabalhadores qualificados. Foi essa realidade econômica que forçou o governo Meloni a criar o canal especial de vistos sendo uma forma de atrair mão de obra sem precisar facilitar a cidadania italiana em si.

A alternativa via judicialização para gerações mais distantes

Embora a Lei 74/2025 tenha eliminado a possibilidade de reconhecimento administrativo para bisnetos e gerações posteriores, o direito à cidadania italiana por descendência não foi extinto. A alternativa agora é a via judicial.

Processos judiciais continuam sendo aceitos e deferidos pelos tribunais italianos com base em teses de inconstitucionalidade da nova lei. Os principais argumentos jurídicos são:

  • Direito originário: A cidadania italiana por sangue (iure sanguinis) é adquirida no nascimento, garantida pela Constituição italiana
  • Irretroatividade de normas: A lei italiana estabelece que mudanças legislativas não podem afetar direitos já adquiridos
  • Violação de direitos adquiridos: A norma cria desigualdades entre descendentes do mesmo italiano
  • Confiança legítima: Famílias que iniciaram processos com base em regras vigentes foram prejudicadas por mudança abrupta

Mesmo após a entrada em vigor da Lei 74/2025, a procura por reconhecimento judicial da cidadania italiana não diminuiu. O Tribunal de Veneza, por exemplo, recebeu 899 novos processos apenas em maio de 2025, logo após a publicação da lei restritiva.

Isso demonstra que descendentes e assessorias jurídicas confiam na reversão judicial das restrições. A jurisprudência italiana favorece historicamente o reconhecimento da cidadania italiana para descendentes, mesmo em casos de gerações mais distantes.

Prazos e urgência

Especialistas são unânimes: quanto mais tempo se espera, maior o risco de novas barreiras legais. O cenário jurídico atual ainda é favorável para contestações judiciais, mas nada garante que permanecerá assim indefinidamente.

Para descendentes afetados pela Lei 74/2025, é indicado agir agora, seja pela via judicial para cidadania italiana, seja pelo novo canal de vistos de trabalho.

Desafios e considerações práticas

O principal obstáculo é encontrar um empregador italiano disposto a contratar. Empresas italianas precisam demonstrar que a vaga não pôde ser preenchida por candidatos locais ou da União Europeia. Entre os setores com maior demanda, se encontram: Tecnologia da informação e desenvolvimento de software, engenharias (civil, mecânica e elétrica), saúde no geral, construção civil e obras especializadas e turismo e hotelaria.

Profissionais qualificados com experiência comprovada e proficiência em italiano tendem a ter chances maiores de oportunidade.

Custo de mudança e estabelecimento

A estruturação de um planejamento financeiro é essencial para um processo de mudança de país, principalmente pelos altos custos que envolvem passagens, áreas, aluguel e moradia, alimentação e transporte e taxas consulares e documentação.

O papel crucial das traduções para viabilizar o processo de migração

Todo o processo, seja para visto de trabalho, reconhecimento administrativo ou judicial da cidadania italiana depende de tradução documental. Certidões brasileiras podem precisar ser traduzidas por tradutores juramentados e apostiladas conforme a Convenção de Haia. E o cometimento de erros nesse processo de tradução pode ser fatal para a aprovação do seu visto.

Erros ou inconsistências em traduções podem invalidar documentos perante autoridades italianas, atrasar processos em meses ou anos, resultar em indeferimento de pedidos, gerando custos adicionais com retificações e retrabalhos.

Como a Zetta garante traduções impecáveis

Na Zetta, trabalhamos exclusivamente com tradutores especializados em documentação para cidadania italiana, e processos migratórios. Além disso, nossos tradutores homologados conhecem requisitos específicos de cada consulado, exigências documentais de tribunais específicos, padrões aceitos por comunes para reconhecimentos administrativos. E, principalmente, domina a terminologia jurídica necessária em processos de visto para o País Basco.

Se você está considerando qualquer uma dessas vias para imigrar para a Itália, o momento de agir é agora. Mudanças legislativas podem ocorrer a qualquer momento, como já vimos em 2025, o que exige organização e rapidez. Por isso, reunir documentação com qualidade profissional e escolha assessorias que realmente compreendam as nuances técnicas e jurídicas envolvidas.

A cidadania italiana ou o direito de viver e trabalhar na Itália está próximo, desde que você dê os passos corretos, com as informações certas e o suporte adequado. Confirma mais detalhes a respeito da nova regra na reportagem da Infomoney.

Então, se você precisa de traduções juramentadas especializadas para seu processo de cidadania italiana ou visto de trabalho? Entre em contato com a equipe Zetta. Vamos garantir que sua documentação esteja impecável para ser aceita pelas autoridades italianas sem ressalvas.

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